quarta-feira, 20 de junho de 2012

MTA e Cimento Portland promovem biomineralização In Vivo


Dreger LAS, Felippe WT, Reyes-Carmona JF, Felippe GS, Bortoluzzi EA, Felippe MCS. Journal of Endodontics 201; 38 (3): 324-29



O agregado trióxido mineral (MTA) e o cimento Portland tem sido apresentados como materiais bioativos devido sua capacidade de produzir apatita carbonada. Esse estudo analisa a interação do MTA e do cimento Portland com a dentina in vivo. 

Materiais e Métodos: As coroas e o terço apical de 72 dentes humanos com uma única raiz foram removidos, para se obter "tubos" de dentina de 5 mm de espessura. Os tubos foram lavados com água destilada e autoclavados. Foram irrigados com 17% de EDTA seguido de hipoclorito a 1%, secados e divididos aleatoriamente em 4 diferentes grupos. As cavidades do tubos foram preenchidos com diferentes cimentos: MTA Branco (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, PR, Brasil), MTA Bio (Angelus), cimento Portland branco (Mar Paulista, São Paulo, SP, Brasil) + 20% de óxido de bismuto (Seelze, Hannover, Alemanha) (PC1), e PC1 + 10% de cloreto de cálcio (Labsynth, Diadema, SP, Brasil) (PC2). Após o preenchimentos dos tubos, estes foram implantados subcutaneamente em 4 locais da área dorsal de 18 ratos. Tubos de dentina vazios também foram implantados em ratos para serem usados como grupo controle. Depois de 30, 60 e 90 dias, os animais foram mortos, e os tubos foram removidos para análise em microscópio eletrônico. 

Resultados: No período de 30 e 60 dias, a deposição de mineral na camada interfacial e no interior dos túbulos dentinários foi detectada mais em tubos preenchidos com MTA Branco e MTA Bio do que em tubos preenchidos com PC1 e PC2. Após 90 dias, a mineralização na camada interfacial e nos túbulos dentinários foi detectada em todo os tubos, com exceção de um dos tubos preenchido com PC2.

Conclusão: A conclusão é que todos os cimentos testados são bioativos. Os cimentos liberam muitos de seus componentes capazes de estimular a deposição mineral na interface cemento- dentina e no interior dos túbulos dentinários. MTA Branco e MTA Bio são mais efetivos ao promover a biomineralização do que o cimento Portland, principalmente no período de 30 e 60 dias. 


Artigo na íntegra:

Tomografia computadorizada de feixe cônico é a técnica de imagem de escolha para avaliação ortodôntica completa.

Larson BE. Cone-beam computed tomography is the imaging technique of choice for comprehensive orthodontic assessment. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2012;141(4):402-11.

artigo

Steiner em 1953 escreveu sobre o uso da cefalometria: “Tem sido afirmada por muitos que é uma ferramenta de pesquisa laboratorial e que as dificuldades e o preço elevado para seu uso na prática clínica não são justificáveis. Muitos argumentaram que as informações obtidas pela cefalometria não contribui para mudanças, ou influencia, em seus planos de tratamentos”.

O mesmo pode ser dito sobre o Cone Beam Computed Tomography (CBCT) hoje. E apesar de termos muito a aprender sobre o melhor uso do CBCT, sabemos o suficiente sobre sua aplicação para considerar a imagem de escolha para a maioria dos tratamentos ortodônticos.

Benefícios do CBCT:

- Precisão da geometria da imagem – Imagens com proporção de 1:1.

Nas radiografias 2-D temos magnificação e distorção. Estruturas do lado esquerdo são menos ampliadas que as estruturas do lado direito pela proximidade com o filme. Na imagem panorâmica, a ampliação vertical e horizontal varia de acordo com a distância do ponto focal.

Com o CBCT podemos ter acesso com precisão do tamanho de dentes não-erupcionados, dimensões ósseas nos 3 planos do espaço e até medidas de tecido mole.

Tem sido demonstrado que os pontos cefalométricos podem ser localizados com segurança em imagens cefalométricas geradas pelo CBCT.

- Melhor localização de dentes ectópicos e avaliação de absorção radicular.

Pode resultar em mudanças no diagnóstico e recomendações de tratamento.

- Observância de Assimetrias.

Anteriormente eram feitos com exames clínicos, modelos de estudo e cefalograma anteroposterior, com o CBCT podemos mensurar a quantidade dessa assimetria com acesso a vários cortes tomográficos.

- Imagem da ATM.

Artigo recente na univ. Minesota mostra que de 200 pacientes da ortodontia, 18% tinham alteração na ATM observada pelo radiologista, que eram suficientemente significantes para acompanhamento posterior ou encaminhamento.

- Avaliar as dimensões aéreas em 3-D e visão clara dos seios paranasais e os tornando-os mensuráveis.

- Avaliar o osso alveolar, diagnosticar doenças periodontais.

Imagens recomendadas anteriormente: panorâmicas e bitewings, com o CBCT somente haverá uma exposição à radiação.

- Mensurar defeitos interproximais e linguais.

- Avaliação endodôntica.

O estudo em Minesota obteve ainda 10% de achados endodônticos significantes nos pacientes examinados: lesões periapicais, reabsorções internas e externas, pontas de raízes retidas.

- Avaliação do osso cortical para acessórios de ancoragem.

Custos do CBCT:

- Radiação: comparar o nível de radiação é difícil pois existem muitos maquinas de CBCT disponíveis no mercado e os protocolos de escaneamento para essas máquinas estão em constante mudança devido às modificações no software, mudando o nível de exposição à radiação.

Estudo na Universidade de Minesota comparou a maquina de CBCT x 2-D radiografia digital. A de CBCT utilizou 65 milionésimos de Sievert (uSV), e a 2-d radiografia digital, 26 uSV. Subsequente ao teste, um novo protocolo de baixa exposição foi adicionado na máquina de CBCT e forneceu o necessário para o diagnóstico ortodôntico com 35 a 40 uSV.

Se radiografias intraorais da boca inteira são realizadas para avaliar o periodonto de adultos, a CBCT imagem reduz a dose de radiação.

Conclusão:

O CBCT para a maioria dos pacientes ortodônticos apresenta grandes vantagens. A habilidade de mensurar precisamente, melhorar a localização, identificar e quantificar assimetrias, visualizar anormalidades nas vias aéreas, avaliar as estruturas periodontais, identificar problemas endodônticos, ver posição dos côndilos e ossos da ATM e planejar locais para ancoragem de acessórios em osso, aumenta ao clínico o conhecimento e informações para o diagnóstico ortodôntico.

Todas essas vantagens estão acessíveis com pequeno aumento na exposição à radiação em comparação a panorâmica digital e telerradiografia. Comparado ao registro padrão definido 15 anos atrás (telerradiografia e anteroposterior, panorâmica e de radiografias de boca completa), a quantidade de radiação de CBCT imagem representa mais que 80% de redução de exposição à radiação.

 

Link para o artigo na íntegra via PubMed:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22464520