sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Avaliação da dosimetria e qualidade da imagem do i-CAT FLX tomografia computadorizada de feixe cônico.

Ludow JB, Walker C. Assessment of phantom dosimetry and image quality of i-CAT FLX cone-beam computed tomography . Am J Orthod Dentofacial Orthop 2013;144:802-17.

tireoide

O uso da tomografia computadorizade de feixe cônico (CBCT) na ortodontia tem aumentado dramaticamente ao longo dos últimos anos. Como o câncer é um dos principais efeitos biológicos da exposição aos raios X a longo prazo, um dos maiores problemas ao utilizar o CBCT na ortodontia é justificar o aumento da dose de radiação ionizante administrados, quando comparado às técnicas tradicionais de 2 dimensões.

Apesar do risco a um paciente de um único exame CBCT não ser por si só alto, milhões de exames são feitos todos anos, transformando a exposição a radiação para exames dentários e médicos em um importante problema de saúde pública. É estimado que 1,5% a 2% de todos cânceres no Estados Unidos podem ser atribuídos por estudos de tomografia computadorizada.

Esse fato torna-se especialmente importante para crianças e adolescentes que rotineiramente recebem tratamento ortodôntico e nos quais o crescimento celular e desenvolvimento do organismo estão associados ao crescimento da radiosensitividade dos tecidos. Em conjunto com uma longa expectativa de vida na qual o câncer pode se desenvolver, crianças são 2 a 5 vezes mais sensíveis à carcinogênese por radiação que os adultos.

Sendo assim o objetivo do trabalho foi avaliar as doses de radiação utilizando várias combinações como tamanho do campo exposto, localização da incidência, através de parâmetros de exposição utilizando o i-CAT FLX unit. O segundo objetivo do estudo é avaliar a qualidade das imagens obtidas.

Máquina: i-CAT FLX CBCT.

Foram mensurados através de dosímetros a quantidade de radiação provenientes de diversas combinações de campo de exposição e localização. Para isso foram utilizados manequins para simular a exposição em crianças e adultos. Os protocolos de exposição utilizados foram: Alta resolução; Padrão; QuickScan (rápido); QuickScan+ (menor quilovoltagem ainda que o quickscan). A qualidade das imagens obtidas foram mensuradas por uma média de contraste e ruído.

Phantom adulto

Tomografia phantom adulto

Phantom Adulto

Phantom crianca

Tomografia phantom crianca

Phantom Criança

As doses de radiação em média foram 36% maior em crianças que em adultos. O protocolo Quickscan+ resultou em doses significamente menores tanto nos manequins de crianças como de adultos. A simulação do campo de exposição para a cefalometria (13 x 16 cm) variou de 11 a 85 uSv no manequim de adulto e 18 a 120 uSv no manequim de criança no protocolo QuickScan+ e Padrão, respectivamente. A qualidade (contraste e ruído) foi reduzido por aproximadamente 2\3 quando comparados QuickScan+ e o Padrão.

Doses efetivas - adulto tabela

Grafico adulto

Doses efetivas - crianca tabela

Grafico crianca

Conclusão: O protocolo QuickScan+ resulta em níveis de radiação comparáveis aos exames panorâmicos convencionais, mas a redução significativa em relação ao protocolo padrão é acompanhado de redução de qualidade da imagem. Entretanto, essa redução na qualidade pode ser aceitável para certos diagnósticos como em acompanhamento periódico dos tratamentos finalizados.