segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Avaliação cefalométrica da orofaringe

Artigo da Revista Odonto Ciência, autores Nuernberg, Cecília Helena Garcial - Especialista em ortodontia pela FO-UFF -  e Vilella, Oswaldo de Vasconcellos - Professor Adjunto Doutor da FO-UFF. 

Pesquisa para obter índices cefalométricos de normalidade referentes ao espaço orofaríngeo.






        O estabelecimento de valores normais referentes ao espaço orofaríngeo é um assunto que deve ser de interesse do dentista. Caso alterações deste espaço não sejam diagnosticadas e tratadas, podem acarretar em atraso e recidiva do tratamento ortodôntico em casos de interposição lingual – onde o espaço pode estar aumentado – ou em sérios distúrbios respiratórios, no caso de um estreitamento do mesmo.
Devido à sua importância nos processos de deglutição e respiração, a nasofaringe e a orofaringe são os segmentos da faringe mais relevantes para a odontologia. Alterações morfodimensionais nesses espaços podem interferir no processo dinâmico do crescimento e desenvolvimento facial e dentário. A hipertrofia das tonsilas faríngeas e/ou amigdalianas é fator indutivo para que ocorra um posicionamento mais anterior da língua, com aumento do espaço orofaríngeo, podendo ser um fator agravante de alguns tipos de maloclusão como a mordida aberta anterior, prognatismo mandibular, protusão alveolar dos dentes, a mordida aberta anterior e a ausência de selamento labial.  Por outro lado, a diminuição do espaço orofaringeo pode estar relacionada com a síndrome da apnéia obstrutiva do sono.
Através da análise das radiografias cefalométricas de perfil de 180 pacientes que apresentar posicionamento normal de língua e respiração nasal, tem-se como objetivo mensurar a profundidade da orofaringe, de acordo com a faixa etária, obtendo-se índices de normalidade.

Materiais e Métodos

A amostra desta pesquisa foi constituída pelas radiografias cefalométricas de perfil de 180 pacientes, sendo 90 do gênero masculino e 90 do gênero feminino. A amostra de conveniência foi selecionada aleatoriamente a partir dos dados colhidos de 521 fichas clínicas, de acordo com os seguintes critérios de inclusão: respiração nasal; ausência de deglutição atípica; ausência de fonação atípica; posicionamento normal de língua; tonsilas palatinas presentes e normais; adenóides presentes e normais. Posteriormente à seleção, foram feitos traçados cefalométricos sobre as radiografias de cada paciente. As 180 radiografias foram divididas, de acordo com a faixa etária, em três grupos de 60, a saber: 6-11 anos, 12-17 anos e 18-24 anos.

Pontos Cefalométricos
– ponto mais profundo do contorno do processo alveolar da mandíbula.
– ponto médio entre os pontos mais posterior e mais inferior do ângulo goníaco.
– ponto localizado na parede posterior da orofaringe, sobre a linha B-Go.
– ponto localizado na borda posterior da língua, sobre a linha B-Go.

Conclusão

De acordo com os resultados a profundidade da orofaringe varia de acordo com a idade do indivíduo, não se devendo, portanto, adotar um valor médio para representar todas as faixas etárias. Não parece haver influência do gênero sobre esse valor. Por outro lado, o tipo de maloclusão é capaz de determinar alterações no espaço aéreo orofaríngeo.
Os índices de normalidade para a profundidade da orofaringe, segundo a idade, são os seguintes: entre 8,76 mm e 14,86 mm para a faixa etária 6-11 anos; entre 9,07 mm e 15,07 mm para a faixa etária 12-17 anos; e entre 9,55 mm e 16,99 mm
para a faixa etária 18-24 anos.



Link do artigo na íntegra via revistaseletronicas PUCRS:


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