quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estudo cefalométrico nasofaríngeo em oclusões ideais




Artigo de 2006, publicado pela American Journal of Orthodontics & Dentofacial Orthopedics, pelos autores Oscar Martin, Leonor Muelas, and M. José Viñasa, do Department of Orthodontics, Complutense University, Madrid, Spain. Artigo onde se avalia os padrões cefalométricos de tecido mole no espaço nasofaríngeo em pacientes com oclusão ideal.

A influência de tecidos moles no crescimento craniofacial tem sido estudada e hoje sabemos que é altamente relevante no diagnóstico e planejamento no tratamento ortodôntico. Angle, Fränkel, Harvold, Linder-Aronson, e outros demonstraram que a obstrução das vias aéreas pode ser fator determinante em um padrão de desenvolvimento anormal da face.
O esqueleto nasofaríngeo aumenta sua capacidade significantemente pelo crescimento vertical, que é estatisticamente relacionado à idade do paciente, mas não ao seu tamanho corporal ou seu peso. O relativo crescimento e tamanho dos tecidos moles que circundam as estruturas esqueléticas são os fatores principais que determinam o espaço faríngeo.
A influência da obstrução do espaço aéreo no padrão de desenvolvimento da face é controversa. Muitos estudos tentaram explicar e correlacionar a obstrução do espaço aéreo ao desenvolvimento anormal craniofacial. Alguns autores associaram obstrução nasal com rotação posterior da mandíbula, posterior-superior crescimento condilar, obtuso ângulo goníaco, mordida aberta anterior, ou arcadas dentárias contraídas, entre outras.
Variações no espaço aéreo faríngeo também têm sido descrito com algumas desordens do sono como a Apnéia Obstrutiva do Sono (AOS). Battagel ET AL concluiu que o avanço mandibular é associado com um aumento da dimensão orofaríngea e subseqüente deslocamento do osso hióide que melhora a permeabilidade das vias aéreas.
Turnbull and Battagel demonstraram que uma diminuição significativa na dimensão do espaço aéreo retrolingual após cirurgia para retração mandibular e um aumento significante na dimensão após avanço mandibular.
Comparações craniofaciais e de estruturas das vias aéreas superiores por esqueleto e sexo mostraram diferenças entre os pacientes com OSA e objetos controle.
O objetivo do estudo é identificar o padrão nasofaríngeo de tecidos moles em adultos com Classe I de oclusão, para avaliar dimorfismo sexual de vias aéreas em tecido mole, e para estabelecer possíveis relações e correlações entre medidas de tecido mole e comprimento da fossa nasal e base craniana anterior nesses pacientes.

Materiais e métodos

A amostra inclui 91 objetos, 55 homens e 36 mulheres, todos estudantes e com oclusões excelentes da Dental School at Complutense University in Madrid. A idade média da amostra foi de 26,04 anos.
Critério de seleção foi: adultos brancos, sem histórico de tratamento ortodôntico, morfologia craniofacial normal, com selamento labial em posição relaxada, ótima saúde periodontal, sem dentes ausentes a partir dos primeiros molares, excelentes oclusões com correta sobremordida e sobressalência, molares bilaterais e caninos em relação de Classe I, oclusões balanceadas, e sem histórico de desordens do sono, ronco, apnéia do sono, doença de via aéreas superiores, adenoidectomia, ou patologia na faringe.
O critério para exclusão foi rotação dentária acima de 25 graus, apinhamento acima de 3 mm, mordida cruzada posterior e anormalidades craniofaciais.

Conclusão

Área da adenóide e da via aérea tem uma boa variabilidade individual em ambos os sexos. Há também dimorfismo sexual. Fossa nasal, base craniana, e tecido adenoideano são mais largos em homens que em mulheres. Comprimento Crânio-base é estatisticamente relacionado a diferentes variáveis que definem a via aérea, principalmente a o comprimento da fossa nasal e a espessura das vias aéreas inferiores. O comprimento da fossa nasal é também estatisticamente relacionado à espessura das vias aéreas superiores. A dimensão faríngea inferior de McNamara tem uma pequena correlação com as medidas que foram definidas nos padrões nasofaríngeos da pesquisa.


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